sábado, 30 de outubro de 2010

Reflexão *.*


"Viver não é esperar a tempestade passar... é aprender como dançar na chuva."

Somos todos Drogadoos?

Dá a impressão de que todo mundo está entorpecido por alguma substância tóxica, que impregna o corpo, que contamina o sangue e que não tem cura nem lei nem tratamento que acabe com ela. A impressão é de que todo mundo sofre do vício da intolerância, uma droga que, se tomada em excesso, pode ser letal. O preconceito também é fatal porque, muitas vezes, não tem cura e põe uma venda nos olhos para não ter que enxergar mais do que as próprias palavras e ações. São donos da verdade e da moral , injetadas em doses cavalares em nossas veias.

A impressão é de que as pessoas estão tão acostumadas a julgar os outros que tudo deve estar dentro de um molde. Nas gaiolas que são os prédios de apartamentos tem que falar baixo, ouvir música sussurrante, evitar certas palavras porque o vizinho pode estar ouvindo e julgando sem nem mesmo conhecer a voz e entender o porquê da dor do outro. Isso quando a festa, os gritos, as conversas exaltadas, a música alta são na sua casa. Na casa do vizinho, a festa pode ir até as três da manhã, porque geralmente eles se acham impunes e com o direito de inocular no seu sangue a droga da hipocrisia e do egoísmo.
A droga do individualismo está consumindo as nossas vísceras, o fígado, o estômago até atingir em cheio o coração. Não há mais conversa. O uso da palavra foi interceptado. Não há mais respeito ao todo, apenas ao particular. Como diz o psicólogo e antropólogo Roberto Crema, quanto mais os adultos se viciam em normose (excesso de normalidade), mais jovens abusam da droga da tristeza, da solidão, da depressão e da revolta. Para ele, é preciso mudar o jeito de olhar: “Mudar o mundo é mudar o olhar. Do olhar que estreita e subtrai para o olhar que amplia e engrandece. Do olhar que julga e condena para o olhar que compreende e perdoa. Do olhar que teme e se esquiva para o olhar que confia e atreve. Do olhar que separa e exclui para o olhar que religa todos os olhares”
Há uma máscara escondendo os rostos verdadeiros. Há uma gula por mais e mais. Há uma provocação no ar que a qualquer momento pode virar briga. Nem adianta acenar a bandeira branca nem fumar um cachimbo coletivo, porque paz é muito mais que isso. Há uma paz possível, se cada um fizer algo para mudar a realidade à sua volta. Paz ocorre dentro da gente, quando abandonamos a mesmice para enxergar longe. Com um novo olhar!